O teu rosto adormecido sobre o meu
As tuas mãos abandonadas sobre mim
E nos meus olhos a beleza dos caminhos
Que juntos vamos caminhando até ao fim.
Estrelas ardentes flutuam no meu peito
Sinto-me noite, uma noite funda assim
Como a corrente de água limpa que transborda
Dessa nascente cristalina que há em ti
Ah! À nossa beira, amor, cresceram flores
Plantadas pelas nossas próprias mãos
O teu corpo de homem novo semeou
O que na minha terra fértil se fez pão
Sibilante a aurora nasce tão quieta
Traz o cheiro e a frescura dos começos
Como tu ao acordar trazes gaivotas
Assinalando tempestade em mares incertos
No teu perfil desenham-se as paisagens
Dos montes, das serras, dos altares
E de todas as coisas altas, fortes e eternas
Com que imprimes de saudade o meu olhar
Ah! À nossa beira, amor, cresceram mares
Veludo azul, azul de navegar
Correntes livres serenando imensidades
Sob o teu rosto no meu rosto a ondular
3 comentários:
Este poema é o excessso de ternura que a alma carrega em si e que, como um rio em profusão, despeja em nossas almas oceânicas todo o sabor do amor que flui intenso enquanto os corpos se despem e se dizem um para o outro. Este poema é tudo que a minha Alma precisava ouvir por ora. E encantada caminha em busca de outra beleza que a confirme eterna pois que a vida é esta mera ilusão de passar de momentos. Agora sopra um beijo enquanto aqui dentro o amor se reconhece. "A beleza das coisas está no espírito de quem as contempla" (David Hulme)
E por que há o belo e este se manifesta segundo o espírito de cada um, há uma Fé irrestrita na vida. Há uma Fé irrefutável no Ser.
Lindo poema... Lindo, lindo, lindo... Linda música, linda interpretação, linda voz...
Estou encantado com a sua obra e a sua alma tão bela.
Obrigada, JLSilva. Sensibilizada fico com os seus comentários.
Volte sempre!
Um poema muito bonito, cantado por uma bela voz.
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