Carla Furtado Ribeiro, "Tu Minha Árvore Sem Nome"

Klint, painting


TU MINHA ÁRVORE SEM NOME 
Tu
minha árvore sem nome, história sem tempo
meu leito de abandono e deserção, 
Raiz
Adventícia da esplendorosa Primavera em gestação. 
Folha
seminal, trifoliada, oval, orbicular, lobada,
folha de ouro, herança de à terra vinculada. 
Âmago
de todas as luminescências que me habitam
crepúsculos incandescentes, impossíveis que me invitam.
mas, tu, agora gota, agora água, agora arco-íris diluído em mágoa, 
agora água-régia que embriaga e dissolve em aquarelísticas imagens 
esta paz cruciforme das paisagens.
Recantos
de pureza inesperada, são teu berço, teu braço, 
teu insólito regaço, meu céu debutante e sem cansaço.

Oh natureza curvilínea,
de cíclicos e solenes retornos sobre a terra! 
Só tu,
sempre estas águas, mansamente debruçadas
sobre minhas esquivas margens escarpadas…



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